Autora: Evelin Bruno é terapeuta e Diretora de educação da PsySon Internacional. É psicóloga, professora universitária, coach e especialista em terapia cognitiva e psicologia positiva. Tem mais de quinze anos de experiência clínica acompanhando líderes religiosos e suas famílias.
De acordo com os últimos estudos efectuados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), três em cada dez pessoas nos países ocidentais sofrem de algum distúrbio de ansiedade. Na Argentina, o país onde vivo, 79% da população inquirida declarou sentir-se ansiosa.
Todos os dias ouvimos a palavra ansiedade e talvez todos os dias nos escutamos pronunciá-la por nós mesmos; mas o que é a ansiedade? Ansiedade é medo, é a emoção que todos sentimos perante um acontecimento real ou imaginário, uma série de ideias ou pensamentos que nos levam a perceber que algo ruim pode acontecer.
Tanto a psicologia como as escrituras consideram o medo como uma das emoções mais presentes e mais prejudiciais ao ser humano. Não é por acaso que a Bíblia nos diz 365 vezes “não tenhais medo”. Sem dúvida, Deus compreende o perigo de viver ansiosamente ou de viver com medo, porque além do mal estar que sentimos também é alterada a nossa perceção da realidade, de modo que não conseguimos ter consciência adequada das bênçãos que Deus nos dá. Deus encarrega-se então de nos lembrar tantas vezes, na mesma quantidade de dias que temos em um ano, que não devemos ter medo; que devemos livrar-nos dessa emoção produzida pelos nossos pensamentos. E, como sempre, Deus nos explica primeiro o que a ciência, uma disciplina qualquer, a filosofia, os nossos próprios erros ou a nossa busca profunda nos mostram depois. Vamos tentar resumir essa explicação.
Dissemos que o medo é a emoção que é gerada por uma ideia ou pensamento que mantenho como prova da minha preocupação. Portanto, para sentir medo, tenho que acreditar em algo, tenho que ter fé em uma ideia negativa sobre o que pode acontecer. Onde ou quem gera essa ideia? Sou eu quem a gero voluntariamente? Não. Se eu sei que “tudo posso naquele que me fortalece” e que na Bíblia Deus me diz constantemente para “não temer”, será que esta emoção pode ser gerada por Deus? Não.
O medo é a fé no que Satanás me diz. É a crença de que algo mau vai acontecer, apoiada pelas suas provas enganadoras (João 8:44, Jó 3:25).
Fiquei chocado ao perceber isso. Me impactou perceber que muitos dos meus medos têm a ver com o fato de acreditar mais naquela voz negativa na minha cabeça do que em Deus, com o fato de concentrar a minha atenção muito mais nos problemas do que nAquele que tem o poder de os solucionar.
O bom é que Deus nunca nos deixa com um problema sem primeiro nos dar a solução. Deus nos disse, através do apóstolo João, que “onde há amor não há medo”, que “o verdadeiro amor afasta o medo” (1 João 4:18) e que “Deus é amor” (1 João 4:8). E, ao ler estes textos, não pude deixar de me perguntar o que é que o amor tem a ver com o medo? Se pararmos para pensar, quando temos medo, há sempre um amor que está em jogo se: o nosso amor-próprio será enfraquecido, ou o amor de outra pessoa por nós pode estar em risco, ou algo que queremos pode estar em perigo, ou a perceção de que mereço ou não ser amado por outra pessoa entra em jogo. O medo do fracasso, o medo da rejeição, o medo da solidão, o medo da impotência; qualquer medo envolve a crença na possibilidade de que algum amor que consideramos necessário possa estar em perigo ou perdido.
E quando o medo surge, o amor de Deus aparece para contrariar esta equação; porque Deus não nos move pelo medo, pela culpa ou por qualquer emoção negativa. Deus nos move pelo seu amor. E como antídoto contra o medo, Deus nos diz: “Permaneçam no meu amor”, “O meu amor é tudo o que necessitam” (2 Coríntios 12:9), “Não tenham medo nem sejam covardes quando verem este grande exército, porque a batalha não é sua, mas minha” (2 Crônicas 20:15), porque “Eu sei o que vos falta e cuido de vós” (Mateus 6:32), porque “Eu não mudo” (Hebreus 13:8). E Deus sempre me faz desviar o olhar de mim mesmo, sempre acaba me tirando o fardo, sempre procura me fazer e compreender que “sou mais do que vencedor naquele que me ama” (Romanos 8:37), que o triunfo sobre o que temo é dele, porque quando me sinto fraco, deixo que ele me torne forte (2 Coríntios 12:9).
Hoje começo o dia perguntando a mim mesmo se a minha vida se baseia no amor de Deus por mim e a partir desse amor Ele está disposto a fazer o que eu não posso fazer, ou se está baseada no medo e a luta por eu mesmo ter que fazer com que as coisas funcionem.
Que possamos compreender que o Seu amor é tudo o que precisamos. Que descansar nEle, acreditar nEle, afaste o medo e nos permita viver na Sua abundância (João 10:10).
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